terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tesourinho deprimente (a falange do cadáver)

Um tesourinho deprimente aproximou-se de mim com um belo guarda-chuva, tipo asiático, mas com dois buracos. E logo dois, um em cada dedão grande dos pés! Como é que isto não havia de ser deprimente? Ainda por cima tornava-se incómodo, porque os dedos saíam pelos buracos das meias e pareciam querer ganhar vida própria.

Tal como uma ideia política. Conhecem mundo mais deprimente? Cada ideia, cada tesourinho. Lança-se uma e espera-se que faça o seu caminho. Muitas vezes, o resultado é de uma profunda tristeza…

Para dotar este cenário da devida carga dramática, contratou-se uma carpideira profissional que lastimou, lastimou, lastimou até ao anoitecer. Mas lágrimas nem vê-las. Uma velhota perneta enervou-se com a deprimência e resolveu picar uma cebola directamente nos olhos da falsa sentida. Finalmente pingou água no funeral.

Bem, vá lá que foi água! E se tivesse pingado vinho? Que grande bebedeira teríamos apanhado nesse dia… E teria sido bom, porque na verdade de vez em quando precisamos de uns bons copos para pôr cá fora o que nos vai na alma.

O que me vai na alma é que o tal tesourinho deprimente afinal é uma alma penada! Penada sim, mas sem penas…

2 comentários:

  1. Esquisitamigo

    Tens imeile aí no caixão? Ou tlelé? E o sarcófago tem ar condicionado? O pessoal sabe o que são necessidades, incluindo as no MNE.

    E olha: mulţumesc frumos por teres ido lá ao meu jazigo. O Romeno é fo..., ops, lixado...

    Penada sem penas, não é alma, é frango de aviário, penso eu de que.

    Lindíssimo blogue o teu. Voltarei cá, quando estiver mais aliviado; de luto aliviado. E um suspirozito lá na Travessa, de madrugada?

    Foarte bine. La revedere! O Romeno é fo, digo, tramado

    Abç

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  2. Henrique ANTUNES FERREIRA,
    Isto aqui é caixão de 1ª. Tem tudo o que é preciso! Só saio(ímos) daqui para visitar os amigos. Também gostámos da travessa!

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